O perfil do aluno da educação de Jovens e Adultos
A
educação de Jovens e Adultos - EJA apresenta sua história muito mais tensa do
que a história da educação básica. Nela se cruzaram interesses menos
consensuais do que na educação da infância e adolescência. Portanto o conceito é voltado para as características e especificidades
dos sujeitos aos quais ela se destina. “São homens e mulheres, trabalhadores/as
empregados/as e desempregados/as ou em busca do primeiro emprego; filhos, pais
e mães; moradores urbanos de periferias, favelas e vilas. São sujeitos sociais
e culturais, marginalizados nas esferas socioeconômicas e educacionais,
privados do acesso à cultura letrada e aos bens culturais e sociais,
comprometendo uma participação mais ativa no mundo do trabalho, da política e
da cultura. Vivem no mundo urbano, industrializado, burocratizado e
escolarizado, em geral trabalhando em ocupações não qualificadas. Trazem a
marca da exclusão social, mas são sujeitos do tempo presente e do tempo futuro,
formados pelas memórias que os constituem enquanto seres temporais. São, ainda,
excluídos do sistema de ensino, e apresentam em geral um tempo maior de
escolaridade devido a repetências acumuladas e interrupções na vida escolar.
Muitos nunca foram à escola ou dela tiveram que se afastar, quando crianças, em
função da entrada precoce no mercado de trabalho, ou mesmo por falta de escolas
os alunos jovens ás vezes, ultrapassa a idade
estabelecida para estudar no diurno, nas suas trajetórias escolares
interrompidas com sucessivas reprovações e que este não parece fazer muita
questão de "passar de ano" (alguns alunos), eles já foram negados na
da escola básica, muitos deles são repetentes desde sua vida infantil, e são
levados a estudar a noite por ser problemático no diurno, sente-se fracassados
por ter sua permanência na escola mesmo reprovando com tanta freqüência. Não há
como deixar de pontuar a questão da exclusão Social da Juventude pobre e limitada.
Jovens e adultos que quando retornam à escola o fazem guiados pelo desejo de
melhorar de vida ou por exigências ligadas ao mundo do trabalho. São sujeitos
de direitos, trabalhadores que participam concretamente da garantia de
sobrevivência do grupo familiar ao qual pertencem. Os
jovens e adultos trabalhadores lutam para superar suas condições de vida
(moradia, saúde, alimentação, transporte, emprego, etc) que estão na raiz do
problema do analfabetismo. O desemprego, os baixos salários e as péssimas
condições de vida comprometem o seu processo de alfabetização... O
analfabetismo é a expressão de pobreza, conseqüência inevitável de uma
estrutura social injusta. A educação é um procedimento de longo prazo e
contínuo, é um conhecimento para a democracia e a cidadania entre outras
práticas. Quando a escola perde essa função ela passa a representar a negação
de um direito constitucional para o cidadão, decorrentes de um conjunto de
dificuldade sociais. As dificuldades são muitas e não únicos da educação, pois
o descompromisso é crescente na saúde, moradia, segurança, e outros.
Tradicionalmente, a escola tem sido marcada em sua organização por critérios
seletivos que tem com base a concepção da homogeneidade do ensino, dentro da
qual alguns estudantes são rotulados. Esta concepção reflete um modelo
caracterizado pela uniformidade na abordagem educacional do currículo: no
material didático, no planejamento, numa aula, no conteúdo curricular, na
atividade para todos em sala de aula. O estudante que não se enquadra nesta
abordagem permanece á margem da escolarização, fracassa na escola elevando a
evasão. O não reconhecimento da heterogeneidade no aluno da EJA contribui para
aprofundar as desigualdades educacionais ao invés de combatê-las. Tão
importante quanto o direito à escola é garantir que todos aprendam com uma
educação de qualidade. Neste sentido, não são os nossos sistemas educacionais
que tem direito a certos tipos de alunos. È o sistema escolar de um país que
tem que se ajustar para satisfazer as necessidades de todos os alunos. É
necessário tornar a aprendizagem mais significativa para todos, terem propostas
alternativas que estejam comprometidas com uma educação de qualidade para esses
jovens e adultos. É preciso buscar a reflexão sobre o papel da escola, do
professor, dos educando de frente as suas práticas o qual a finalidade real que
este pretende atingir, posto que o professor precise antes de qualquer coisa
entender sua tarefa social dentro da sala de aula, para poder trabalhar um
modelo educacional considere as necessidades e incentive as potencialidades do
educando; promova a autonomia dos jovens e adultos, para que sejam sujeitos da
aprendizagem; educação vinculada ao mundo do trabalho e às praticas sócias;
projeto pedagógico com flexibilidade curricular e conteúdos curriculares pautados
em 3 princípios: contextualização, reconhecimento de identidade pessoal e das
diversidades coletivas (Parecer CEB 11/2000).
ótimo, obrigado, foi de grande ajuda pra mim.
ResponderExcluirTexto maravilhoso, parabéns
ResponderExcluirQuem são os alunos da EJA?
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